terça-feira, 9 de setembro de 2014

O futebol como entidade formadora

O futebol é o desporto mais popular do Brasil. Em quase toda a parte podemos ver meninos – e meninas – a correr atrás de uma bola. Houve uma altura em que apesar de popular, este desporto não era tido como um bom meio de vida e era visto até como coisa de desocupado. Hoje em dia, vemos pessoas riquíssimas através do futebol, com salários muito altos. Certo, não é toda a gente que enriquece a viver à custa do futebol. Mas, a verdade é que existe muitas pessoas que são salvas graças ao futebol. Afinal, qual a importância dessa prática desportiva na formação de crianças, adolescentes e até adultos? O que se pode aprender com isso?

1. Dedicação e persistência

A primeira coisa que se pode evidenciar é disciplina e dedicação. Se um jogador quer se destacar, não basta ter talento, é preciso ter perseverança. É preciso treinar e treinar e treinar. Treinamento é repetição, é fazer e fazer de novo. Persistência! Não adianta ser um grande driblador se não houver precisão no remate ou no passe, portanto, é preciso treinar estas habilidades. Fora os problemas que podem aparecer como, por exemplo, lesões, que exigem um tempo de recuperação e novamente dedicação e disciplina durante o tratamento para conseguir se restabelecer completamente.

2. Obediência às normas

Outra coisa que se pode destacar é outro tipo de disciplina, no sentido de obediência às regras. A criança que começa a aprender a jogar futebol tem de entender o valor das normas do desporto em si e da convivência com os seus colegas. Vai aprender que não pode agir com violência com um colega durante o jogo ou fora dele, ou então será punido em termos disciplinares. Vai entender que nem sempre é bom estar à frente dos seus adversários – ou estará impedido – de aprender sobre a humildade. Estará mais preparado, enfim, para a convivência social, que assim como no desporto, possui um sistema normativo próprio.

3. Espírito de grupo

Depois de falar em convivência social, há outro detalhe que deve ser destacado: espírito de grupo. Um jogador sozinho não ganha um jogo – um contra onze seria no mínimo complicado, mesmo para um craque como Messi, Cristiano Ronaldo ou Neymar -, é preciso haver uma coordenação entre defesa, meio campo e ataque. O indivíduo aprende através do desporto a importância de unir-se aos outros para alcançar objetivos em comum. Exemplo famoso desses factos foi a “Família Scolari”, como ficou conhecida a seleção Brasileira que foi campeã em 2002, sob o comando agregador de Luiz Felipe Scolari, que promoveu uma união tão grande entre os jogadores e comissão técnica que fez jus ao nome de “Família”.

4. Cuidados com a saúde

Não se deve esquecer, é claro, da aprendizagem sobre o que é uma vida saudável. Os desportistas são, normalmente, orientados – e até obrigados – a ter uma alimentação balanceada e ideal para a manutenção de uma boa saúde. Além disso, aprendem que a própria prática de exercícios físicos é essencial para ter um corpo e uma mente sã.

5. Esperança de uma vida melhor

Por último, mas não menos importante, o futebol resgata vidas. Os projetos sociais que usam este desporto como um meio de integração têm obtido bons resultados. É o caso, por exemplo, da Fundação Gol de Letra, fundada pelos ex-jogadores Leonardo e Raí. Essa Organização Não Governamental, no Rio de Janeiro, tem a sua sede localizada no complexo do Caju, uma das regiões mais violentas da cidade e tem feito maravilhas com atividades desportivos e incentivos à educação. Há inclusive relatos de muitas crianças que melhoraram o seu desempenho escolar depois de frequentarem a instituição. Outros jogadores conhecidos também fundaram instituições, como Zico, Assis e Ronaldinho Gaúcho, e fazem igualmente bons trabalhos em comunidades carentes.
Pode-se concluir que o futebol não é coisa para desocupado, é uma grande escola, onde se aprende sobre dedicação, respeito, espírito de equipa e também sobre a importância de uma vida saudável. Além disso, é um importantíssimo instrumento na guerra contra a miséria, exclusão social e a violência que acometem muitos lugares do Brasil e do Mundo.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O que determina um bom banco de suplentes

Foi no início do ano de 2013 que a FIFA, Federação Internacional de Futebol Associado, decretou uma mudança importante no que diz respeito ao número de jogadores no banco de reservas. A emenda indica o aumento de sete para doze jogadores suplentes, porém, o número máximo de substituições continua o mesmo, três por partida.

Este facto, além de produzir efeitos na estrutura do campo, como a acoplagem de mais bancos nas áreas destinadas às reservas, modificou também os critérios para se constituir um bom banco de suplentes, pois as opções são maiores e a responsabilidade do técnico em fazer as escolhas certas também aumentou. No entanto, esse aumento pode ser considerado positivo para as equipas e jogadores, já que haverá ainda mais disputa para uma vaga no banco, elevando o nível dos jogadores.
Apesar da possível melhoria trazida pela emenda, ela ainda não teve muita influência nos jogos no Brasil, já que os clubes já se haviam acostumado com os sete jogadores reservas. Além disso, as mudanças estruturais para agregar doze jogadores pediam obras que não estavam ainda nos planos. Portanto, o número de suplentes pode ser de até doze jogadores, o que não impede os clubes brasileiros de continuarem o seu tradicionalismo, dos sete reservas, até porque muitos clubes não possuem um elenco de 12 bons jogadores para integrar o banco. Após ponderar essas questões, vale lembrar agora alguns pontos que influenciam na escolha de um bom banco de reservas:

1. A preparação

Os jogadores reservas, assim como os titulares, devem estar bem preparados para integrar ao jogo a qualquer momento, isso depende de um bom condicionamento físico e mental por parte do jogador.

2. A experiência

É um requisito que faz diferença principalmente em jogos importantes. Qualquer lesão ou problema que ocorra nos jogadores titulares durante o jogo deve conseguir ser revertido, por isso, ter uma pessoa experiente no banco de reservas para conduzir as rédeas com controle e calma em horas decisivas é imprescindível.

3. A sintonia entre jogadores

A sintonia dos reservas com os demais jogadores também é fundamental para que as substituições realmente sejam eficientes, fazendo com que a equipa continue entrosada. Esse ponto requer treinos conjuntos, com titulares e reservas.

4. A disciplina

O comportamento de um jogador também é um diferencial na escolha do banco de suplentes. Atitudes como o cumprimento de horários, boa conduta pessoal e profissional contam muitos pontos.

5. O espírito de equipa

É necessário para um jogador reserva prezar pelo bom andamento da equipa, aceitando os momentos em que ficará apenas assistindo o jogo e brilhando nos momentos em que pode contribuir para um melhor andamento.
Enfim, as qualificações de um jogador reserva são correspondentes às de um titular e isso pede que todos os jogadores, reservas e titulares, estejam num nível muito similar. Portanto, a escolha de um banco de reservas é tão complicada quanto a escolha dos titulares de um jogo, e varia de acordo com cada partida. Assim, cada técnico deve avaliar as possibilidades, que agora podem ser maiores, e torcer por uma escolha certeira tanto no campo como no banco de reservas.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A importância de ser campeão nos escalões de formação

O investimento na formação é algo de cada vez mais importante para os clubes de futebol profissional, uma vez que as verbas investidas são cada vez maiores e a aquisição de atletas de alto rendimento é por vezes incomportável. Assim, o investimento em academias ou escolas de formação de jogadores pode trazer dividendos importantes, tanto em termos financeiros como de projeção da imagem do clube. De seguida, apontamos aquelas que consideramos ser as sete mais importantes vantagens de investir na formação e na conquista de títulos nos escalões jovens.

1. Preparar jogadores para as equipas seniores

Os escalões de formação funcionam como verdadeiras “fábricas” de atletas. Mas no caso de esses atletas serem campeões, mais importante será esse contributo. Na verdade, esse manancial de jogadores de qualidade é desde logo uma garantia de futuras conquistas.

2. Preparar os jogadores para a pressão da alta competição

Incutindo um espírito vencedor desde cedo. Ao construir uma equipa com ambições de conquista de títulos nacionais, o clube está a preparar os jogadores para as mais altas exigências. Trata-se assim, não só da formação de atletas como também da formação de jogadores de alto nível. Assim, eles estarão melhor preparados para lidar com a pressão de vencer imposta pelas notícias veiculas na comunicação social, pelo favoritismo atribuído pelas casas de apostas e, principalmente, pelos desejos dos adeptos.

3. Fomentar a dinâmica de vitória

Elevando padrões de exigência. Umas das componentes essenciais de uma equipa campeã é a existência de uma dinâmica de grupo muito forte, com coesão nas relações interpessoais e com um índice de motivação sempre colocado nos patamares mais elevados. Para que essa condição se cumpra é fundamental que a dinâmica de vitória comece precisamente na conquista de títulos nos escalões jovens.

4. Expandir o nome do clube

Melhorando a sua imagem, projetando-se como clube ganhador. Se o clube se destaca desde logo na conquista de títulos jovens, ele terá mais facilidade em construir uma imagem de sucesso com todas as consequências que daí advêm em termos de projeção internacional. Por exemplo, essa projeção pode refletir-se em melhores contratos financeiros, no acesso a investimentos de marketing, naming ou de patrocínios.

5. Diminuir, a médio e longo prazo, as verbas destinadas a reforços

Quanto mais o clube investir na conquista de títulos jovens menos verbas terá de despender no futuro para a contratação de jogadores de qualidade. Ao mesmo tempo, esta estratégia pode proporcionar ao clube receitas extraordinárias através da venda de passes de atletas. A formação de um grande número de atletas com sucesso nos escalões jovens pode funcionar como uma importante fonte de receitas pois sempre haverá muitos clubes interessados nos respetivos jogadores.

6. Afirmar e reforçar a função do clube como fornecedor de um serviço público

Formar campeões jovens é também uma forma de afirmar e reforçar a função do clube como fornecedor de um serviço público, nessa importante função social que é a de oferecer aos jovens a prática do desporto e meios saudáveis de conduzir a juventude ao sucesso.

7. Aumentar o número de adeptos e associados do clube

A conquista de títulos jovens proporciona um incremento da imagem e projeção do clube, proporcionando um considerável aumento do número de sócios e simpatizantes. Nenhum clube de grande dimensão consegue atingir os seus objetivos sem uma boa implantação no meio. A formação de jogadores campeões e sem dúvida uma das melhores formas de reforçar essa ligação entre o clube e o meio em que está inserido.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O que é a mística dos clubes de futebol

É muito difícil definir o que se entende por mística de um clube; trata-se de um conceito teórico, quase abstrato e que depende muito do entendimento que dele fazem os adeptos de cada clube.
Mesmo assim, é possível afirmar que a Mística é constituída pelo conjunto de valores emocionais que ligam os adeptos ao seu clube. Por outras palavras, é o clubismo no seu aspeto mais emocional e intenso.

Como avaliar a mística de um clube de futebol

Se é difícil definir este conceito, não é mais fácil avaliá-lo. Afinal de contas, como se pode medir e avaliar a mística de um clube? Em termos concretos, talvez se possam selecionar alguns itens que nos ajudem a compreender a dimensão da mística de um clube:
  • O número de adeptos que se reflete, de forma mais específica, no número de associados
  • A capacidade de encher estádios nos jogos “fora de casa”
  • A facilidade de venda de produtos de merchandising, desde camisolas a assinaturas de um eventual canal de televisão próprio
  • A implantação do clube junto de personalidades VIP e líderes de opinião a nível nacional e internacional
  • A quantidade de jogadores habitualmente selecionados para representar o seu país
  • A capacidade de penetração do clube entre os adeptos mais jovens, ou seja nas escolas, entendidas não só como meios de captação de adeptos como também de atletas
Tudo isto, obviamente, representa um enorme poder simbólico mas também, acima de tudo, uma grande capacidade em gerar receitas. Este é, sem dúvida, o aspeto mais decisivo da vida dos grandes clubes e se a mística não for determinante para ganhar títulos desportivos e grandes receitas, ela de pouco valerá.

Incrementar a mística num clube de futebol

Incrementar a mística equivale a incrementar a quantidade e a qualidade dos adeptos. Assim, convém responder a esta simples questão: como incrementar a mística de um clube? Podemos identificar alguns itens que nos ajudarão a esboçar uma resposta:
  • Aumentando o marketing do clube criando uma imagem própria e inconfundível do clube. Este deve passar aos adeptos uma imagem conquistadora, vencedora, que faça apelo aos mais profundos valores emocionais. Para além dos meios tradicionais de promoção e marketing (outdoors, cartazes, etc.) deve ser empreendida uma campanha permanente de contacto direto com a população, organizando conferencias, eventos culturais, desportivos ou outros que congreguem a população local em torno do clube.
  • Desenvolvendo campanhas fortemente direcionadas para o público mais jovem; os mais jovens são aqueles que fornecerão a maioria dos adeptos e mesmo dos atletas do futuro. O clube deve facilitar o acesso dos jovens aos seus jogos e promover iniciativas atrativas para esta faixa etária.
  • Desenvolvendo estratégias profissionais e diversificadas de envolvimento da comunicação social na vida do clube. Livros, revistas, jornais, programas de rádio e televisão, devem ser veículos de promoção permanente do clube.
  • Promovendo a vida empresarial do clube, diversificando investimentos ao nível da SAD. O clube deve também recorrer o mais possível a parcerias com empresas bem implantadas na região que veicularão assim uma imagem positiva do clube.
  • Projetando a imagem do clube no estrangeiro, através da participação em torneios e outros eventos, bem como da contratação de atletas que promovam essa mesma imagem.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Vantagens e desvantagens em jogar fora da posição habitual

Normalmente, um jogador de futebol treina e especializa-se para jogar numa determinada posição. Cabe ao treinador avaliar as capacidades e as características de um jogador para decidir qual a posição adequada a si, e treiná-lo para tal. Alterar a posição habitual de um jogador poderá ser uma opção tática vantajosa, uma vez que poderá surpreender o adversário e colocar a respetiva equipa mais perto da vitória, independentemente do favoritismo atribuído pelas principais casas de apostas e/ou comunicação social. Conheças os prós e os contras em jogar fora da posição habitual.

As 5 principais vantagens em jogar fora da posição habitual

1. Flexibilidade do jogador

Ao alterar um jogador de posição consegue-se que este ganhe uma maior experiência. Caso haja necessidade de alterar a posição de um jogador por ausência de outros, já não lhe custará tanto a habituação.

2. Surpreender o adversário

Cada vez que existem alterações no plano da equipa, o adversário acaba por ser surpreendido. Na maior parte das vezes, uma equipa planeia um jogo em função daquilo que conhece da outra equipa e as alterações realizadas na sua estrutura podem causar destabilização na equipa contrária.

3. Encontrar novas capacidades

Se um treinador está à descoberta de novas capacidades num jogador, nada melhor do que o colocar à prova e retirá-lo da sua zona de conforto.

4. “Refrescar” o plantel

Quando estão a atravessar uma má fase, é natural que os jogadores de uma equipa estejam desmotivados. Dessa forma, não há nada melhor do que renovar a esquemática da equipa e começar do “zero”, para isso pode ser importante mudar a posição de alguns elementos.

5. Promover o jogador e valorizá-lo

Pode ser uma boa técnica para promover a imagem e o profissionalismo de um jogador e assim valorizá-lo ainda mais. Ao mostrar que aquele jogador tem outras capacidades e se adapta a diferentes posições, surpreende-se os críticos e os entendidos.

As 5 principais desvantagens em jogar fora da posição habitual

1. O risco de insucesso

O insucesso é sempre um risco, retirar um jogador da sua especialidade pode resultar mal se este não se adaptar à nova posição e não conseguir desempenhar as funções.

2. A destabilização da equipa

Uma equipa habitua-se com o passar do tempo à esquemática e à estruturação da mesma. Uma mudança pode destabilizar o bom funcionamento geral do esquema tático da equipa e principalmente do jogador em causa.

3. A vulnerabilidade inicial do jogador pode ser um ponto fraco

Quando um jogador sai da sua zona de conforto, é natural que fique mais vulnerável, pois o panorama de jogo mudou. Inicialmente, ainda poderá estar em fase de habituação. No entanto, esta situação pode representar um ponto fraco e é desse ponto fraco que o adversário se pode aproveitar.

4. O aumento de trabalho do treinador

Um treinador treina uma equipa para jogar em conjunto e treina um jogador para jogar numa certa posição. Desta vez o trabalho do treinador começa do zero!

5. Os desentendimentos dentro da equipa

Quando existem “trocas de papéis”, isto é, trocas de posições, os conflitos podem surgir. O nível de stress entre jogadores aumenta e é normal que surjam desentendimentos ou entradas duras nos treinos. As vantagens e as desvantagens deste tipo de estratégia existirão sempre, no entanto cabe ao treinador avaliar as circunstâncias e perceber o que é melhor para a equipa e para o jogador em causa.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

O que é a Lei Pelé



A Lei Pelé, também conhecida como Lei N.º 9615, entrou em vigor a 24 de Março de 1998 com o intuito de normatizar as transações com desportistas brasileiros. A lei, além de ser chamada de Lei Pelé, é também apelidada de Lei do Passe Livre. Ela substituiu a Lei N.º 8.672, conhecida como a Lei Zico (outro atleta muito famoso do futebol brasileiro). Na Lei são tratadas as normas que regem, entre outras coisas, as negociações desportivas de acordo com a Constituição do Brasil. Os adeptos e espetadores de desporto também são observados como consumidores nos artigos da Lei Pelé.

A atribuição do nome da lei

A atribuição do nome desta lei deve-se ao facto de, na altura da sua implementação, Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, ter sido o Ministro do Desporto. Nesta época, Pelé assumia também o cargo de presidente do conselho do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto. O Presidente da República era Fernando Henrique Cardoso e a Lei Pelé foi aprovada na Câmara e no Senado de forma unânime, sendo mais tarde adaptada com novas normas regulatórias, como as que tratam sobre fiscalização dos negócios desportivos.

O objetivo da Lei Pelé: ajudar o desporto e os desportistas

O objetivo da criação da Lei Pelé, ou Lei do Passe Livre, foi dar uma maior credibilidade às negociações em diversas esferas desportivas. A Lei acabou com os passes de jogadores nos clubes brasileiros. Com o incremento da Lei os adeptos passaram a ter direitos de consumidores do produto futebol e, assim, possuem direitos e deveres de consumidores comuns. A Lei Pelé também aborda assuntos como ligas, torneios e campeonatos, clareza nas prestações de contas dos negócios desportivos dos clubes e atletas, além da inovação da ideia do clube se transformar numa empresa.

As principais vantagens decorrentes da Lei Pelé

A Lei Pelé facilitou o acesso a verbas para diversos desportos que são disputados nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Os tribunais de justiça do desporto tornaram-se independentes de outros órgãos para atender a procura necessária e serem mais claros e transparentes nas suas decisões. Mesmo tendo o seu nome ligado a um dos melhores jogadores do mundo de todos os tempos, a lei abrange o desporto brasileiro integralmente nas mais variadas modalidades desportivas.

Resultados efetivos desde a sua entrada em vigor

Embora se trate de desporto em geral, o maior resultado obtido com a implementação da Lei Pelé foi a mudança verificada nos passes dos atletas e a forma como as transações dos futebolistas brasileiros eram realizadas. Alguns clubes perderam muito dinheiro por não estarem adaptados às novas normas, principalmente quando começou a nova lei começou a vigorar. Porém, com o tempo, foram-se adaptando à nova legislação vigente e foram respeitando todas as normas impostas. Muitos defendem a Lei do Passe Livre, ao passo que outros acreditam que a Lei Pelé serviu apenas para que os empresários e os agentes de jogadores vissem os seus poderes reforçados junto dos clubes brasileiros. Assim, têm outra forma de negociar e de lucrarem com isso!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

O que é o Boxing Day no futebol

O dia seguinte ao Natal é descrito, nos países anglo-saxónicos, como o Boxing Day. Apesar de na generalidade este dia coincidir com o dia 26 de Dezembro, a verdade é que existem exceções, nomeadamente quando o dia 26 coincide com um fim de semana. Nestes casos, o Boxing Day é comemorado na segunda-feira imediatamente posterior. A comemoração do dia estendeu-se e vulgarizou-se a todas as vertentes da sociedade britânica, incluindo o desporto, muito popular nestas sociedades. Uma vez que o futebol constitui o desporto com mais aficionados, é inevitável a sua celebração com maior intensidade na data em lugar de um outro desporto.

O Boxing Day no futebol britânico 

O futebol, no Boxing Day, é amplamente comemorado nos territórios britânicos. Neste dia são realizados todos os jogos de uma jornada, começando pelo início da tarde ou da manhã, conforme os campeonatos, prolongando-se até às 22 horas. É o que sucede na Premier League inglesa, irlandesa e escocesa. São muitas vezes selecionados para a data diferentes dérbis, isto é, jogos entre equipas de uma mesma cidade. Isto sucede-se por 2 razões:
  1. Numa tentativa de criar maior dinamismo e expectativa sobre a celebração da data;
  2. Constitui uma forma de evitar que os diferentes adeptos tenham de viajar longas distâncias para assistir às partidas. Procura-se desta forma facilitar a união das famílias no dia após o Natal, procurar que assistam, em conjunto, às partidas e que partilhem conjuntamente a emoção do espetáculo futebolístico. Já outras pessoas optam pela companhia de amigos e conhecidos, procurando um ambiente festivo mais sociável e que atenue o sobre carregamento das responsabilidades familiares. 

O futebol no Boxing Day em outros países

Poucos países concedem ao futebol tamanha dimensão e importância no Boxing Day como os países britânicos. A prova é dada pelo facto de na atualidade nenhum outro país europeu celebrar este dia com o futebol. Isto sucede-se porque é preferível para estes campeonatos realizar uma interrupção para a realização de férias por parte dos jogadores, treinadores e todos os associados. Já noutros países com laços com o antigo império britânico, como o caso da América do Norte e da Austrália, o dia é comemorado com muito desporto mas é dada pouca ênfase ao futebol. Pelo contrário são populares desportos como o rugby, cricket e o hockey. 

As raízes da celebração do Boxing Day com o futebol    

O Boxing Day é visto pelas sociedades que mais o celebram, nomeadamente a sociedade britânica, como uma celebração das suas raízes culturais mais profundas. Celebrar o dia com o futebol é, para estes, a forma mais especial de acentuar a sua identidade nacional num mundo cada vez mais globalizado. De facto, foram os Ingleses os criadores do futebol, o desporto mais popular e com mais praticantes em todo o Mundo. No Boxing Day, e nos dias que o antecedem, são registados audiências televisivas bastante elevadas durante a transmissão das partidas, assim como uma subida do número de adeptos nos estádios. Desde os remotos fins do século XIX que o Boxing Day é celebrado com este desporto. Uma vez que a tradição é um dos valores mais valorizados por esta sociedade, será provável que o futebol continue intrinsecamente associado ao Boxing Day durante as próximas décadas.
Uma teoria forte é que suas origens podem ser encontradas no costume de distribuir dinheiro ou produtos não perecíveis entre as classes menos favorecidas nesta data pós-natalina. O dia de Natal seria para presentear os semelhantes e no dia seguinte a culpa coletiva seria saciada repassando aos empregados da casa, suponha-se em pequenas caixas, os restos das ceias fartas ou até mesmo, em tempos remotos, dinheiro vivo. Seria um primo distante, digamos, da tradicional "caixinha obrigado" que aparece sempre nos balcões das padocas brasileiras nesta época de ano.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A importância da posse de bola no futebol atual

O tema ganhou atualidade com o sucesso do Barcelona nas últimas décadas a esta parte. De facto, o sistema de jogo do clube catalão, fundado sobre as bases metodológicas e estratégicas do Futebol Total, sistema holandês do início dos anos 70, tem como condição fundamental a posse de bola.

O conceito de posse de bola

Assim, em termos táticos, como enquadrar o conceito de “posse de bola”? O primeiro sistema tático que se preocupou essencialmente com esta variável foi o célebre “carrossel holandês” posto em prática no Campeonato do Mundo de 1974 pela “Laranja Mecânica”, ou seja, a seleção holandesa orientada por Rinus Michels. Segundo esta conceção tática todos os jogadores deviam estar preparados para ocupar diferentes posições no terreno, uma vez que era necessário procurar todos os espaços vazios, a fim de receber a bola e protege-la das investidas adversárias. A posse de bola seria, portanto, facilitada por um movimento coletivo e contínuo, que propiciaria uma evolução ofensiva segura e, ao mesmo tempo, uma ocupação eficaz dos espaços defensivos, impedindo o adversário de jogar.
Mais de 30 anos após a célebre equipa de Rinus Michels, o Carrossel não só não desapareceu como ganhou vida nova, ressuscitado com uma aparência mais moderna e complexa, sob o comando de Pepe Guardiola no Barcelona. Aquilo a que alguns, de forma abusiva, chamam “tiki-taka” não é mais do que a versão aperfeiçoada do carrossel holandês, que já havia sido experimentado noutros contextos, como a seleção espanhola de Luís Aragonés e de Del Bosque.
Mas quais são, afinal as maiores virtualidades deste sistema baseado na posse de bola e passes curtos entre jogadores, sempre em movimento?
  1. A maior das suas vantagens é, sem dúvida, a maleabilidade do sistema: em posse de bola, todos os jogadores estão preparados para assumir diferentes papéis e, acima de tudo, quando a bola está em posse de um colega, a preocupação fundamental deve ser a de procurar um espaço livre para receber a bola nas melhores condições possíveis.
  2. A segunda maior vantagem deste sistema é a sua imprevisibilidade: uma vez que não há funções rígidas, a posse de bola permite constantes processos de improviso, explorando a criatividade de todos os jogadores e dificultando os esquemas de defesa do adversário.
  3. A posse de bola tem o condão de desgastar o adversário de duas formas: em termos físicos, porque o adversário terá de correr mais, uma vez que os detentores da bola colocarão sempre o esférico em movimento, fazendo-o rolar em vez de serem eles próprios a percorrer essas distâncias; por outro lado, um desgaste não menos importante é o desgaste psicológico do adversário, que por vezes cai em verdadeiras situações de desespero por não conseguir recuperar a bola. Isto faz com que uma determinada equipa seja a favorita na realização das apostas desportivas e na apreciação global da comunicação social, o que faz com que os seus adversários sofram por antecipação ao saber que os têm de enfrentar.
  4. A posse de bola é a melhor forma de defender. Impedindo o adversário de circular a bola, é óbvio que estaremos a impedir a sua evolução para a nossa baliza.
  5. A posse de bola tem a virtualidade de explorar da melhor forma todas as competências dos jogadores, tanto no plano coletivo como individual; eles têm sempre oportunidade de demonstrar as suas potencialidades e desta forma o espetáculo torna-se mais atrativo para os espetadores e, acima de tudo, mais eficaz.

quarta-feira, 19 de março de 2014

10 critérios para eleger um capitão de equipa

Um capitão de equipa é um elemento importante pois exerce cargos de responsabilidade que podem determinar o sucesso e o bom funcionamento da equipa, por essa razão existem critérios a ter em conta na escolha deste. Os 10 mais importantes são os seguintes:
  1. Idade e experiência. Um capitão de equipa deve ser uma pessoa madura e experiente para liderar a equipa, pois sem maturidade e experiência é impossível orientar e principalmente impor respeito aos colegas!
  2. Historial na equipa. Um capitão de equipa tem de ter uma boa relação com o treinador e com a equipa, isto para estabelecer o elo de ligação entre as duas partes. Para isso é preciso conhecer as pessoas e o seu trabalho, logo é necessário que o historial na equipa seja razoável, principalmente que não seja demasiado curto.
  3. Os objetivos e o amor à camisola. Um capitão deve ser alguém que minimamente lute pelos interesses da equipa. Deve ser alguém que preze a união e a força da equipa e que se mantenha atento a tudo, sempre com o intuito de vencer!
  4. Capacidade de reação na resolução de problemas. Um capitão deve estar sempre pronto a resolver os problemas na equipa, deve resolver eventuais intrigas entre os jogadores, ou entre os jogadores e treinador, deve chamar a atenção quando existem atitudes menos corretas, deve ter cabeça fria quando os problemas aparecem, entre muitas outras coisas.
  5. Espírito de união e otimismo! Um capitão deve manter sempre a união da equipa e zelar para que o ambiente seja de amizade e de entreajuda, o bom funcionamento interno da equipa nunca deve fugir do seu controlo. Deve ser otimista e deve admirar e observar todas as boas capacidades de cada jogador enaltecendo-as.
  6. Ter capacidade de iniciativa e ser dinâmico. O principal fator que deve distinguir um capitão de todos os outros jogadores é a capacidade de iniciativa e o dinamismo. Um capitão deve lutar pelo sucesso de todos e de se manifestar quando assim o entender!
  7. Boa capacidade de comunicação. Grande parte do trabalho de um capitão é comunicar, pois é este que estabelece a comunicação entre treinador e equipa, é este que fala e discute situações com o árbitro durante o jogo quando assim o entender, entre muitas outras situações.
  8. Experiência em lidar com a comunicação social. O capitão, na maioria das vezes é o membro da equipa que dá explicações aos jornalistas e que comenta os jogos e os resultados depois do jogo, para isso é necessário conhecer um pouco do mundo da comunicação social.
  9. Ser admirado e respeitado por todos os jogadores. Este é um ponto essencial para que o trabalho do capitão dê frutos. Para que as atitudes de um capitão suscitem efeitos, é necessário que os jogadores o vejam como um líder e o respeitem em qualquer circunstância.
  10. Ser humilde e inteligente. A “humildade faz um homem”, e na verdade um capitão tem de ser um grande homem. Um capitão deve ser humilde para assumir os próprios erros e os da sua equipa. Deve saber ouvir o treinador e por vezes as repreensões deste. A inteligência caminha lado a lado com a humildade, pois a humildade já é uma atitude inteligente por si. A inteligência distingue o capitão de um jogador normal, pois deixa de ser apenas um bom jogador e passa também a ser um verdadeiro estratega.
Um jogador que reúne estes dez critérios, com toda a certeza que tem possibilidade de se tornar um bom capitão de equipa. No entanto, há que ter em atenção que um líder é aquele que nasce para o ser. Existem muitos bons jogadores que não têm personalidade para a liderança.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A profissionalização dos árbitros de futebol em Portugal

A profissionalização dos árbitros portugueses de futebol pretende aprofundar determinadas funções e competências na formação de um juiz de uma determinada partida do desporto-rei, tornando-o, assim, apto a realizar determinadas tarefas e atividades da forma mais correta que a profissão exige. Muitas vezes, os jogos decidem-se devido a erros primários dos árbitros de futebol e isso nunca deveria acontecer a bem da verdade desportiva!
A profissionalização dos árbitros portugueses visa assim criar ferramentas e métodos necessários para que estes sejam reconhecidos como profissionais e para que pratiquem a arbitragem da melhor forma possível.

A profissionalização dos árbitros portugueses de futebol

Esta profissionalização necessita de passar por algumas etapas, assim como a escolha dos árbitros e a satisfação de objetivos.

Implementação do programa destinado à profissionalização dos árbitros portugueses

O programa destinado à profissionalização dos árbitros portugueses iniciou-se recentemente e encontra-se, neste momento, na primeira fase, onde a Federação Portuguesa de Arbitragem (FPF) dispõe de 150 mil euros para o arranque da profissionalização dos árbitros portugueses.
Segundo a FPF, a primeira parte do projeto deverá estar concluída até ao final da época 2013/2014, no entanto, o projeto será implementado na totalidade num período de cerca de três anos.

Primeiros árbitros a serem profissionalizados

Para a primeira fase do processo de profissionalização, serão escolhidos nove árbitros de futebol. São eles:
  • Olegário Benquerença
  • Pedro Proença
  • Duarte Gomes
  • Carlos Xistra
  • Marco Ferreira
  • Jorge Sousa
  • João Capela
  • Artur Soares Dias
  • Hugo Miguel
Estes nove árbitros, que serão os pioneiros da profissionalização dos árbitros portugueses, irão receber um salário que rondará os 2500 euros a título de prestação de serviços, isto é, a recibos verdes, onde irá ser acrescido a este salário as verbas que já eram recebidas por prémios de jogo, assim como, o patrocínio de jogo.

Objetivo principal da profissionalização dos árbitros portugueses

Por darem início a este processo de profissionalização, espera-se que os erros de arbitragem diminuam, já que novas ferramentas e métodos serão incluídos na formação dos mesmos.
Antes de se pensar no projeto de profissionalização existiam muitos entraves identificados pelos árbitros que os impediam de progredir na carreira: falta de tempo, dificuldades de progressão na carreira fora de Portugal ou até mesmo falta de tempo para treinar, uma vez que o seu tempo era dividido entre o trabalho do dia-a-dia, mais a arbitragem dos jogos e os treinos envolvidos.
Pretende-se com este modelo de profissionalização que os árbitros possam dedicar-se mais à carreira de arbitragem no futebol, já que as 163 horas de treino vão passar a 300 horas, obrigando-os assim a preparar melhor os jogos e as equipas. Espera-se que esta profissionalização e aumento do número de horas de treino baixe, de forma considerável, os erros de arbitragem.

Implementação do projeto

Prevê-se que o projeto de profissionalização esteja implementado em 3 anos. Até 30 de Maio de 2014, os 9 árbitros pioneiros na profissionalização vão treinar durante mais tempo, com dois treinos semanais cuja duração será de 14 a 18 horas.
Na próxima época, prevê-se um aumento de árbitros profissionalizados, de 12 a 14 árbitros, e para o ano de 2016, 18 a 20 árbitros. Estes passarão também a ter uma lista de assistentes e aumento da duração dos treinos.